Teste mais eficiente para detecção de HIV será implantado no Hemoce

20 de outubro de 2010 - 12:40

 

A comitiva formada por Felipe Saback, técnico em hemoterapia do Ministério da Saúde, e por Patrícia Brindeiro, gerente do projeto NAT e pesquisadora do Instituto Biomanguinhos, da Fundação Osvaldo Cruz, passou uma manhã em visita às instalações da sede do Hemoce, em Fortaleza. A meta era identificar todas as adequações que precisam ser feitas no hemocentro para receber a plataforma com equipamentos que irão realizar o novo teste de detecção do vírus HIV e da hepatite (HCV) no sangue coletado de doadores. Atualmente, o exame utilizado do Hemoce e em todos os hemocentros públicos do país é o ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay), que detecta a contaminação por HIV até 22 dias depois do contágio e por HCV até 70 dias depois. O NAT (Nucleic Acid Based Test) deixa ainda mais precisa essa investigação, já que com ele a contaminação por HIV pode ser detectada até 10 dias depois e por HCV até 20 dias depois. “Agora, o Brasil segue a tendência mundial e começa a implantação do teste, que já é utilizado nos centros mais avançados do mundo como os países da Europa, Estados Unidos, Austrália e Japão”, explica Felipe Saback.

Como a compra dos kits de testes vendidos por laboratórios particulares geraria um alto impacto no orçamento destinado à política do sangue no país, o Ministério da Saúde contratou a Fiocruz, que através do Instituto Biomanguinhos está desenvolvendo um kit nacional mais barato e tão eficaz quanto os oferecidos no mercado. “Este kit será completamente adequado à realidade da hemorrede brasileira. Por isso, os hemocentros estão recebendo essas visitas para identificar as necessidades de implantação da nova plataforma”, ressalta Patrícia Brindeiro.

Atualmente, 4 hemocentros (Hemorio-RJ, Fundação Pró-Sangue-SP, Hemope-PE e Hemosc-SC) fazem parte do estudo multicêntrico inicial para que 126 mil bolsas de sangue sejam testadas através do novo método e possam servir de base para a obtenção do registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Depois disso, os equipamentos serão instalados em outras 6 unidades, entre elas o Hemoce. Até o primeiro semestre do ano que vem, o teste NAT já deve ser referência no Ceará, em Campinas (Hemocentro de Campinas), em Minas Gerais (Hemominas), em Brasília (Fundação Hemocentro de Brasília), no Amazonas (Hemoam) e no Paraná (Hemepar). Já no segundo semestre de 2011, outros 4 serviços recebem a plataforma e finalizam o processo de implantação do NAT.

A hemorrede cearense será responsável por atender a demanda de exames do Piauí (Hemopi) e do Maranhão (Hemomar). As amostras das bolsas de sangue coletadas nestes estados serão enviadas ao Hemoce, que terá a capacidade de testar 552 amostras a cada rotina de trabalho de um kit NAT. Com isso, haverá mais agilidade e precisão nas respostas aos exames para detectar os vírus HIV e da hepatite, reduzindo ainda mais os riscos na transfusão de sangue em todo o país.

Sabrina Lima – MTb CE 2169 JP
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