Política de Captação de Doadores

 

A doação de sangue voluntária e altruísta é a única forma de obtenção de sangue para transfusão no Brasil. Esse entendimento foi importante para impulsionar a mudança do perfil de doadores de sangue no país e no Ceará. As ações de incentivo à doação passaram a se direcionar para a captação de doadores voluntários espontâneos e não direcionados, ou seja, motivados pelo altruísmo e sem expectativas de ganhos diretos ou indiretos a partir da doação.

 

Nos últimos cinco anos, o Ceará atingiu a marca de mais de 100.000 doações voluntárias e transfusões na hemorrede pública estadual, o que trouxe tranquilidade para o atendimento de todos os pacientes do SUS no estado. São mais de 480 serviços de saúde, hospitalares ou ambulatoriais, com atendimento transfusional garantido a partir das doações voluntárias realizadas na hemorrede estadual.

 

Segundo a OMS, um serviço hospitalar que não é capaz de realizar uma transfusão não é eficaz. Isso porque a transfusão, ou a possibilidade de sua realização, mesmo que remota, é a base para a segurança de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos, obstétricos, tratamento antineoplásico e neonatologia, além da grande importância que tem no atendimento ao trauma e pacientes com doença hematológica. Esses

procedimentos não poderiam ocorrer sem a possibilidade da realização da transfusão e é somente a partir da doação voluntária que essas transfusões podem ser realizadas.

 

Dessa forma, o doador de sangue, com seu gesto voluntário e altruísta possibilita o atendimento seguro de pacientes em várias situações clínicas em todos os serviços de saúde presentes em todo o território do estado. A expressão “sangue salva vidas” não é apenas uma ideia, mas uma realidade.

 

Para o funcionamento desse sistema de doação e transfusão, é fundamental a realização de captação de doadores. A captação de doadores é um conjunto de ações voltadas para conscientização da população quanto à importância da doação de sangue. Suas atividades têm como objetivo, além da manutenção de um estoque seguro de hemocomponentes, a formação de cidadãos conscientes de sua importância e da necessidade de compromisso com a verdade e com o propósito maior da doação, que é salvar vidas. Segundo a Sociedade Internacional de Transfusão Sanguínea (ISBT), o doador deve entender os riscos para os outros ao doar sangue infectado e sua responsabilidade ética com o receptor.

 

O trabalho da captação de doadores envolve a organização de programas, palestras e campanhas com parceria com diversas instituições públicas e privadas. As parcerias podem envolver prefeituras, hospitais, forças armadas, igrejas e outras instituições com interesses semelhantes de contribuição para a sociedade.

 

Até pouco tempo atrás, muitos doadores compareciam para doar sangue para algum familiar ou amigo. Essa doação é considerada menos segura, pela possibilidade de inconsistências na triagem clínica, aumentando os riscos para os doadores e pacientes. Atualmente, mais de 90% das doações na hemorrede do estado são doações voluntárias e altruístas, onde o candidato comparece com a única razão de ajudar quem ele NÃO conhece. Conforme a ISBT, o anonimato entre doador e receptor deve ser assegurado exceto em situações excepcionais e a confidencialidade da informação do doador assegurada.

 

A partir desse entendimento e das orientações da Organização Mundial de Saúde e da ISBT, o HEMOCE estabelece sua política de captação de doadores:

 

1. Acreditamos na doação voluntária de sangue como ato de cidadania e responsabilidade social;

 

2. Incentivamos a doação voluntária, anônima e altruísta como a única base segura, ética e moralmente aceitável para a doação de sangue;

 

3. Reconhecemos a parceria com a sociedade como caminho para a construção da doação voluntária altruísta;

 

4. Não apoiamos as doações direcionadas para pacientes;

 

5. Não concordamos com a exposição dos pacientes com o objetivo de captar doadores (foto, nome, diagnóstico, idade);

 

6. Não vinculamos e não aceitamos a vinculação de qualquer atendimento à apresentação de doadores por parte da família ou amigos dos pacientes;

 

7. Não aceitamos a transferência de responsabilidade do serviço de captação de doadores para a família e os amigos;

 

8. Discordamos em sobrecarregar a família em momento de dor com a obrigatoriedade da busca de doadores;

 

9. Desencorajamos a doação de reposição;

 

10. Rejeitamos a doação de sangue em troca de qualquer benefício.

 

Nem todos podem doar sangue, mas todos podem ajudar!

Se você não pode ser um doador, seja um captador