Colaboradoadores: funcionários do Hemoce que também doam sangue incentivam ato solidário

5 de maio de 2021 - 13:00 # # # # #

Texto: Emmanuel Denizard Arte: Roberto Melo

Neste sábado (1º) é celebrado em diversos países do mundo o Dia do Trabalhador. No Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), equipamento vinculado à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), mais de 1.200 colaboradores ajudam a salvar vidas no exercício da atividade profissional. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, zeladores, recepcionistas, auxiliares de laboratórios, agentes administrativos e funcionários de outras áreas atuam diariamente nessa missão. Seja na captação de doadores, coleta, realização de exames, liberação de bolsas ou transfusões sanguíneas, lá estão eles fazendo parte do processo de doação. Destes profissionais, mais de 170 são também doadores voluntários de sangue.

No Hemoce, a solidariedade faz parte da rotina dos funcionários e também se manifesta nas doações voluntárias de sangue. Como é o caso do colaborador e doador raro do hemocentro de Fortaleza, Gildásio da Silva, de 41 anos. “Antes de pensar em trabalhar no Hemoce, já era doador de sangue. Depois que comecei a trabalhar aqui, há seis anos, no setor de Transporte, percebi ainda mais sobre a importância desse gesto de solidariedade que ajuda a salvar vidas, porque passei a acompanhar mais de perto as campanhas que o hemocentro realiza e a dar ainda mais valor a esse ato de amor ao próximo”, destaca o colaborador.

Doador desde 2002, o motorista já realizou mais de 15 doações e, em 2018, veio à confirmação de que possui o fenótipo raro S-s-. “Eu doava sangue regularmente, mas quando foi descoberto pelo Hemoce sobre o fenótipo raro no meu sangue, recebi a orientação de doar apenas quando fosse convocado. Depois que descobri, já doei três vezes. Fiquei muito surpreso e feliz com a notícia de que eu era doador de sangue raro”.

Agentes captadores

Por terem consciência sobre a importância da doação de sangue, as pessoas que trabalham no Hemoce atuam, ainda, como agentes captadores. “As nossas capacitações acontecem com o objetivo de formar os funcionários para um atendimento de excelência, mas também visa torná-los multiplicadores e captadores de novos voluntários. Fazendo-os compreender como essas atitudes fazem a diferença na manutenção do nosso estoque e na fidelização dos nossos doadores”, pontua Nágela Lima, coordenadora de captação de doadores do Hemoce.

A coordenadora conta também sobre uma mobilização interna que aconteceu no mês de abril, partindo dos próprios colaboradores, para aumentar o estoque do Hemoce. “Algumas semanas atrás aconteceu uma mobilização dos próprios funcionários, que se deu no momento em que estávamos com o estoque um pouco abaixo do ideal. Um funcionário se sensibilizou e fez a sua doação, gerando assim uma corrente de solidariedade que percorreu os grupos de comunicação interna, levando o nome de ‘santo de casa também faz milagre’, como uma forma de incentivar outros profissionais a também exercer o gesto de solidariedade, além de captar familiares e amigos para doar”, lembra Nágela.

‘Colaboradoadores’

Fazer a diferença na vida do outro é constante na vida da funcionária Maria Gorete Rolim, de 61 anos, que já realizou 34 doações na sede do Hemoce, em Fortaleza, onde trabalha como agente administrativa. “Doar sangue é um ato de desprendimento, renúncia e de amor.

Comecei a doar depois que iniciei o meu trabalho aqui no Hemoce e costumo doar a cada três meses, até três vezes ao ano, seguindo o intervalo de doações recomendado para as mulheres. Realizar a doação de sangue vai muito além do que simplesmente ajudar ao próximo, é um gesto que salva muitas vidas”, ensina Gorete, que é colaboradora do Hemoce desde 1994.

O hemocentro de Fortaleza conta com mais de 74 colaboradoadores – nome dado carinhosamente aos funcionários que realizam doação. Hemoce Sobral vem logo atrás, com 38 profissionais, seguido das unidades de Quixadá (20), Iguatu (16), Crato (14) e Juazeiro do Norte (11).

O auxiliar de serviços gerais do Hemocentro Regional de Sobral, José de Paulo Filho, já doou 57 vezes – 42 foram de plaquetas por aférese e 15 de sangue total. Só neste ano foram três doações. “Sou doador regular aqui no Hemoce de Sobral desde 1997 e, a partir daí, passei a doar regularmente. A minha maior motivação é fazer o bem sem olhar a quem, porque você pode salvar vidas não tem preço”.

O funcionário tem muito orgulho de onde trabalha e ainda incentiva a família a ser solidária. “Ser doador de sangue é ser um herói anônimo, porque você ajuda a salvar vidas de quem você nem conhece. Todos os dias, vejo aqui no meu trabalho a importância que esse gesto tem, porque muitas pessoas precisam realizar transfusão e o trabalho que nós do Hemoce realizamos é extraordinário. Incentivo a todos. Inclusive, a minha filha também é doadora com muito orgulho”, afirma.