Hemoce é referência para tratamento de Doença Falciforme
19 de junho de 2020 - 15:50
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará, Hemoce, da rede pública do Governo do Ceará, é referência no Estado para pacientes adultos com doença falciforme. Cerca de 400 pessoas são atendidas pelas unidades do Hemoce em Fortaleza e no interior do Ceará. Nesta sexta-feira, 19 de junho, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme.
A doença falciforme é genética e hereditária. Causada pela presença de uma hemoglobina irregular, a hemoglobina S. De acordo com a diretora de hematologia, Luany Mesquita, a doença acontece com a mutação na hemoglobina. “Os pais que já possuem a alteração na hemoglobina passam para os filhos. A pessoa tem que herdar dois genes alterados, um do pai e um da mãe. Caso herde apenas um gene alterado e outro normal, ela será apenas portadora de traço falciforme, que não é doença. Além da mutação que gera a hemoglobina S, o gene da hemoglobina pode sofrer outras alterações, que produzem outros tipos de hemoglobina (C, D, beta talassemia, entre outros). A hemoglobina S pode se associar a estas outras hemoglobinas, gerando também doença sintomática. Caso a pessoa herde duas hemoglobinas S, ela será portadora da anemia falciforme. Se herdar apenas uma hemoglobina S e uma outra hemoglobina alterada, é portadora de doença falciforme”, conta.
Dores ósseas, palidez, olhos amarelos, baixa estatura e baixo índice de massa corporal são alguns dos sintomas da doença falciforme. Maria das Candeias é uma das pacientes acompanhada pelo Hemoce. Descobriu a doença falciforme com quatro anos de idade. Com o irmão mais velho já diagnosticado, ao surgirem os primeiros sintomas, o sinal de alerta foi acionado pelos pais. “Logo foi feito o meu exame e ficou comprovado que eu também tinha a doença. Desde então, passei a fazer o acompanhamento e com 18 anos, tanto eu como meu irmão, fomos atendidos pelo Hemoce”, disse.
Em Fortaleza, as crianças até 18 anos são acompanhadas no Hospital Infantil Albert Sabin. Ao completar a maioridade, são transferidas para continuar o tratamento no Hemoce. “O acompanhamento é essencial para qualquer portador porque a gente recebe toda a atenção, fazemos uma bateria de exames com regularidade, como ultrassom, ecocardiograma, então a gente sente o cuidado dos profissionais e isso com certeza melhora a nossa qualidade de vida”, disse.
A cada três meses Maria vai ao Hemoce para fazer a consulta de rotina com os hematologistas. A doença, como não tem cura, precisa de um tratamento permanente para que as pessoas com a anemia possam ter uma vida dentro da normalidade.
Diagnóstico e tratamento
Atualmente, o Hemoce atende cerca de 400 pessoas com doença falciforme no hemocentro em Fortaleza e nos regionais do interior do estado. Os pacientes são acompanhados por hematologistas, assistentes sociais, ortopedistas, psicólogos e fisioterapeutas.
A principal forma para diagnosticar é através do teste do pezinho, que é feito logo nos primeiros dias de vida das crianças. Outra forma é o exame de sangue eletroforese de hemoglobina, que é realizado em crianças com mais de seis meses e em adultos.
Para obterem mais informações sobre exames e diagnóstico, os adultos que têm algum indício de doença falciforme podem procurar o Ambulatório de Coagulopatias e Hemoglobinopatias do Hemoce pelo telefone (85) 3101-2310. Apesar de a doença não ter cura, o tratamento permanente melhora a qualidade de vida dos pacientes. Através das medicações, acompanhamento com hematologistas e exames periódicos, as chances de ter crises de dores e complicações da doença são bem menores.
Medicação e coleta de sangue em casa
Desde o início da pandemia do coronavírus o Hemoce passou a entregar a medicação dos pacientes em casa como medida de segurança. A iniciativa tem o objetivo de reduzir as aglomerações de pessoas nas unidades e evitar que os pacientes precisem sair de casa apenas para receber medicações de uso crônico. As entregas acontecem em parceria com o Instituto Pró-Hemoce (IPH).
Além das medicações, o Hemoce realiza também a coleta de sangue domiciliar. Com o serviço, uma profissional da saúde vai até a casa do paciente coletar o sangue para a realização de exames de rotina como: hemograma, avaliação da função renal e hepática.
Assessoria de Imprensa do Hemoce
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