Ceará inicia transplante alogênico de medula em 2014

11 de março de 2013 - 21:01

Das 73 pessoas que se submeteram a transplante de medula óssea no Ceará, desde setembro de 2008, 70 estão vivas. Esse resultado positivo apresentado pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), que realiza o transplante autólogo em parceria com o Hospital Universitário Walter Cantídio, foi fundamental para a aprovação pelo Ministério da Saúde do projeto para habilitação de transplante alogênico, no valor de R$ 1,4 milhão. O recurso será utilizado na obra de ampliação unidade de transplantes de medula óssea do Hospital Universitário, que passará dos atuais quatro leitos para oito. A obra, a ser iniciada, levará seis meses e, segundo previsão do chefe da equipe médica de transplante do Hemoce, Fernando Barroso, o primeiro transplante alogênico do Ceará deverá ser realizado no início de 2014. O Hospital Albert Einstein, de São Paulo, será parceiro do Hemoce, como unidade de suporte para contra-referência. O Ceará será o quarto estado nordestino a realizar transplante alogênico, depois de Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte.

Até lá, as pessoas que precisam receber medula óssea de um doador podem recorrer ao Tratamento Fora de Domicílio (TFD), que no Estado já atendeu 183 pessoas para transplante de medula e mantém 168 pacientes em tratamento. – 12 estão sem contato e três morreram. O TFD é um benefício definido por portaria do Ministério da Saúde, que tem por objetivo fornecer auxílio a pacientes atendidos pela rede pública ou conveniados do Sistema Único de Saúde (SUS) em serviços assistenciais de outro município ou estado, desde que esgotadas na rede pública e conveniada ao SUS todas as formas de tratamento de saúde na localidade em que o paciente reside.  Para a realização de transplante de medula óssea, o TFD fornece passagens de ida e volta para o paciente, acompanhante e doador, além de ajuda de custo no valor de um salário mínimo. Se o paciente for criança, o pai e a mãe podem viajar como acompanhantes. Podem ser realizadas quantas viagens forem necessárias durante o tratamento.

Para a realização de Tratamento Fora de Domicílio, o próprio médico da unidade que assiste o paciente faz o contato com o centro transplantador onde será realizada a cirurgia. No Ceará, o contato é feito pelo Hemoce, Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), todos da rede da Secretaria da Saúde do Estado, e, ainda, o Hospital Universitário, do governo federal. A autorização é dada pela Secretaria da Saúde do Estado. Pacientes do Ceará realizam transplante alogênico de medula óssea em centros transplantadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. Caso a solicitação de TFD sejá feita por médico particular, o caso a avaliado por junta médica, geralmente no HGF, que confirma a indicação. A medula óssea é um líquido que fica armazenado dentro de alguns ossos do corpo e que tem como função produzir as células do sangue.

O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia e linfoma. Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável. O transplante autólogo é aquele em que o paciente recebe células sadias da própria medula. No transplante alogênico a medula vem de um doador. O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical. No Hemoce, o Banco de Sangue Umbilical e Placentário do Ceará, o único em toda a região Nordeste, está com 60 amostras preservadas, com disponibilidade para transplante de 90%, bem acima da média nacional, que é de 50%.

 

Ana Cecília

 

O Governo do Estado do Ceará, através de Secretaria da Saúde, reservou orçamento desde sexta-feira (08), para o transplante da menina Ana Cecília, conforme previsão de custos feita pelo hospital da rede particular, Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no valor de R$ 500 mil. A equipe médica informou à Secretaria da Saúde do Ceará que após uma nova bateria de exames não há indicação de transplante nesse momento em virtude da situação de saúde da criança. Os recursos serão depositados na conta do hospital conforme definição da  equipe médica sobre a realização do transplante.

Na rotina dezenas de pacientes realizam transplante de medula óssea fora do Ceará, em hospitais da rede pública, com acompanhamento da Secretaria da Saúde do Estado e recursos do SUS. No caso da menina, a família optou por um hospital particular.

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