Hemoce e HUWC realizam o 70° transplante autólogo de medula óssea

22 de janeiro de 2013 - 03:00

 

Na manhã desta terça-feira, 22 de janeiro, a equipe do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) e do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) realizaram o septuagésimo (70) transplante autólogo de medula óssea, aquele em que o paciente recebe células sadias da própria medula. A paciente beneficiada pelo procedimento sofria de mieloma múltiplo, um tipo de câncer que se desenvolve na medula óssea por conta do crescimento descontrolado de células plasmáticas, que fazem parte do sistema imunológico do corpo e são liberadas para a corrente sanguínea.

 

O primeiro transplante autólogo realizado através do Sistema Único de Saúde do Ceará aconteceu em setembro de 2008 e desde então o número de transplantes é crescente ano a ano. Foram dois transplantes em 2008, sete em 2009, 14 em 2010, 17 em 2011, 26 em 2012 e o quarto somente no início deste ano. Para o médico responsável pela equipe, Dr. Fernando Barroso, o avanço dos números e aceitação ao tratamento é uma conquista para o Estado. “O sucesso nos procedimentos nos impulsiona a trabalhar e acreditar ainda mais em nosso trabalho, que é o de salvar vidas”, afirma.

 

Cadastro de medula óssea

 

A medula óssea é um líquido que fica armazenado dentro de alguns ossos do nosso corpo e que tem como função produzir as células do sangue. Quando um paciente tem algum tipo de doença no sangue (leucemia, linfomas, alguns tipos de anemias e outras doenças congênitas) e precisa de um transplante de medula, ele pode se submeter a dois tipos de transplante: o autólogo, quando ele recebe células sadias retiradas da própria medula; ou o alogênico, quando precisa receber células da medula de outra pessoa.

 

Para aumentar as chances de vida dos pacientes que necessitam de transplante alogênico, é preciso aumentar o número de pessoas cadastradas como doadores de medula óssea. Atualmente, o Ceará reúne aproximadamente 113 mil pessoas cadastradas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Vale ressaltar que no Brasil as chances de encontrar uma medula compatível é de apenas 1 em 100 mil, por isso, quanto mais pessoas cadastradas mais chances de compatibilidade.

 

Para se cadastrar é muito simples, basta estar saudável, ter entre 18 e 55 anos e apresentar documento de identificação com foto, como carteira de identidade, de motorista ou de trabalho. O candidato preenche uma ficha com seus dados pessoais e colhe uma amostra de 10ml de sangue.

 

O cadastro para doador de medula óssea é único, por isso, é importante mantê-lo atualizado. Se o seu cadastro foi realizado através do Hemoce, a mudança de dados podem ser enviadas para o e-mail nucleo.medula@hemoce.ce.gov.br . Caso não tenha sido feito através da Hemorrede do Ceará, o cadastro deve ser alterado através do site do Instituto Brasileiro de Câncer (Inca).

 

Transplante alogênico

Este ano – com previsão para fevereiro – quando a unidade de transplantes de medula óssea do Hospital Universitário Walter Cantídio passará dos atuais quatro leitos para oito, será solicitado o credenciamento para a realização de transplante alogênico. No transplante alogênico a medula vem de um doador. O Hemoce iniciou em 2012 a a coleta não aparentada de medula óssea para transplante alogênico. Dois pacientes foram beneficiados. A primeira coleta foi realizada em julho e o receptor mora na Itália e segunda coleta aconteceu em outubro e o beneficiado mora em São Paulo.

 

A coleta para transplante alogênico era realizada somente no hemocentro de Natal e Recife. Para o Dr. Fernando Barroso, o feito marca um avanço para a saúde do Estado. “O procedimento prova que o Ceará tem buscado avanços para a saúde, não esquecendo da excelência e qualidade”, disse.

 

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Suzana de Araújo Mont’Alverne

Assessora de Imprensa – Hemoce

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