Sesa lança campanha no Dia Mundial de Higienização das Mãos

29 de abril de 2011 - 20:19

As mãos são o principal veículo de disseminação das infecções hospitalares. Por conta disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou um desafio global e instituiu o 5 de maio como o Dia Mundial de Higienização das Mãos, prática mais simples e barata, mas poderosa ferramenta de prevenção à infecção hospitalar. No Ceará, a Secretaria da Saúde do Estado faz o lançamento da campanha de higienização das mãos nesta quinta-feira, às 8h30min, no Auditório Waldir Arcoverde, Avenida Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema, com palestra da infectologista Aldaíza Marcos, do Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), um dos cinco hospitais de todo o Brasil em que foi implementada a estratégia da OMS, lançada em 2007.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) quer a implantação, em todos os serviços de saúde, das diretrizes e estratégias para o incentivo à prática de lavagem correta das mãos preconizadas pela OMS no programa Aliança Mundial para a Segurança do Paciente. O Comitê Estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde convidou 30 hospitais públicos e privados a se engajar este ano na campanha Salve Vidas: Limpe suas Mãos, da OMS. A campanha tem o objetivo de melhorar a higienização das mãos e reduzir as infecções relacionadas à assistência à saúde, promovendo a segurança de pacientes, profissionais e demais usuários nos serviços de saúde.

Manifestada durante a internação do paciente ou após a alta, a infecção hospitalar decorre do contato com o ambiente hospitalar ou em virtude de procedimentos invasivos, como cirurgias e perfurações por agulhas de soros e cateteres. Mas o principal veículo de transmissão de microrganismos em hospitais são as mãos dos profissionais de saúde, que estão em permanente contato com os pacientes e com os materiais e equipamentos por eles utilizados. Isso foi percebido há mais de um século e meio, precisamente no dia 15 de maio de 1847, na Hungria, então pertencente ao Império Austríaco, pelo médico obstetra Ignaz Philipp Semmelweiss, que fixou aviso na porta da sua unidade, em um hospital de Viena:

Rotina médica

“A partir de hoje, 15 de maio de 1847, todo estudante ou médico, é obrigado, antes de entrar nas salas da clínica obstétrica, a lavar as mãos, com uma solução de ácido clórico, na bacia colocada na entrada. Essa disposição vigorará para todos, sem exceção”. Essa prosaica iniciativa foi responsável pela redução da mortalidade de pacientes na unidade de 18% para 1,5%.

Pesquisa da ANVISA divulgada em 2006 sobre a situação de 4.148 hospitais do país demonstrou uma taxa global de infecções de 9%, com 14% de mortalidade associada, a letalidade entre pacientes que contraíram infecção hospitalar. No Ceará os indicadores se aproximam e, em 2010, o Comitê Estadual de Controle de Infecção em Serviço de Saúde identificou taxa de infecção hospitalar de 8,4%. Pelo Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar, os hospitais são obrigados a manter comissões permanentes de controle das infecções hospitalares. No Estado, cerca de 50 hospitais públicos e privados já cumprem essa determinação. Em 2010, a Secretaria da Saúde do Estado ofereceu curso aos hospitais interessados em implantar suas comissões de controle de infecção hospitalar.

Em setembro de 2009, informa a ANVISA, foram lançados os critérios nacionais de infecção hospitalar. A partir dessa padronização, a Agência pode quantificar as taxas de infecção hospitalar no país. Desde setembro de 2010, por meio de um sistema informatizado, a ANVISA recebe as notificações provenientes dos centros de vigilância sanitárias estaduais. O primeiro relatório com os dados de infecção hospitalar no Brasil deve ser divulgado até o fim de 2011.