Audiência Pública: a situação dos hemofílicos no Ceará

19 de abril de 2011 - 18:10

A Comissão de Seguridade e Saúde, atendendo o requerimento do Deputado Lula Morais, realizou na manhã de ontem, no auditório do Hemoce, uma audiência pública com a finalidade de debater a situação dos hemofílicos no Ceará. Participaram do evento a Diretora do Hemocentro, Dra. Luciana Carlos; a Coordenadora do Programa de Coagulopatias do Estado, Dra. Rosângela de Albuquerque; representantes das secretarias estadual e municipal da Saúde; o Conselho Regional de Assistentes Sociais; Ministério Público Estadual e pacientes juntamente com seus familiares.

Durante a cerimônia, os hemofílicos reivindicaram algumas ações do poder público, dentre elas: o direito ao passe livre nos transportes públicos; a criação de uma lei que ampare os portadores de coagulopatias; convênio com empresas de planos de saúde; casa de apoio aos pacientes vindos do interior; maior cobertura e divulgação do dia; leitos disponíveis nos hospitais; financiamento para compra do ítrio-90, para o tratamento através da radiosinoviortese e o funcionamento 24h do Centro de Hemoterapia e Hematologia do Ceará.

Para o presidente da Associação dos Hemofílicos do estado, Francisco Alexandre Silva, a audiência foi de fundamental importância. “Eventos como esse nos alegram, já que podemos mostrar ao poder público nossas dificuldades e reivindicar ações para a melhoria de nossa rotina”, afirmou.

O encontro, que além de ter como objetivo ouvir os pedidos dos portadores, também fazia alusão ao Dia Mundial da Hemofilia, que aconteceu no último dia 17, e que foi comemorado em todas as unidades da hemorede pública estadual. Foi entregue uma placa em homenagem ao Hemoce, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido junto aos portadores de coagulopatias ao longo dos anos. Segundo a Dra. Rosângela de Albuquerque o objetivo do evento foi alcançado. “Reunir profissionais e portadores para comemorar os avanços conquistados no último ano e reavaliar as necessidades no trabalho desenvolvido pela hemorrede pública estadual”.

Saiba mais:

O que é hemofilia?
É uma doença genética, que ocasiona sangramentos. As pessoas portadoras da doença não sangram mais rápido do que o normal e sim por mais tempo. O sangue de um hemofílico não contém os fatores VIII ou IX da coagulação em quantidade suficiente para interromper o sangramento.
Esses fatores são proteínas do sangue que juntamente com outros elementos controlam os sangramentos.

Tipos de hemofilia
A doença apresenta dois tipos, conhecidos como A e B. No tipo A, que é o mais comum, o portador não possui o fator VIII da coagulação em quantidade suficiente. Já no tipo B, o fator IX é que apresenta deficiência na quantidade. O resultado é o mesmo para hemofilia A e B, ou seja, sangramento por mais tempo que o normal.

Quais os sinais de hemofilia?
– sangramento nos músculos e articulações, especialmente nos joelhos, tornozelos e cotovelos;
– grandes hematomas;
– sangramentos espontâneos (sangramentos internos, sem razão aparente);
– sangramento por um longo tempo após um ferimento, seja através de cirurgias ou acidentes.

Histórico:

A partir de novembro de 1983, quando iniciavam-se oficialmente as atividades do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), a Unidade de Assistência aos Portadores de Coagulopatias Hereditárias, especialmente as hemofilias, passou a se estruturar.

Atualmente, a assistência aos portadores de coagulopatias hereditárias no estado, é realizada pelo Hemocentro Coordenador, com sede em Fortaleza e nos Hemocentros Regionais de Quixadá, Iguatu, Sobral, Crato e no Hemonúcleo em Juazeiro do Norte.

Em todas as unidades há uma equipe multidisciplinar composta por médicos, profissionais da área de enfermagem, serviço social, odontologia, psicologia e farmácia. Os laboratórios para diagnóstico preciso das doenças hemorrágicas e trombóticas são coordenados por profissionais especializados.

O paciente é atendido no próprio hemocentro, por consulta ambulatorial previamente agendada ou durante intercorrências hemorrágicas. Em situações emergenciais, a hemorrede conta com o apoio da hospitalar estadual e municipal.

Os hemocentos do Ceará, assim como todos os hemocentros do país, seguem orientações sugeridas pelos protocolos elaborados pela Coordenação da Política de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde.

Suzana de Araújo Mont’Alverne
Assessoria de Comunicação / Hemoce
suzana.araujo@hemoce.ce.gov.br
3101.2803 / 9663.2344