Evento lança Simpósio de Doença Falciforme e apresenta resultados do teste do pezinho

26 de outubro de 2010 - 15:12

 

O VI Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme acontece em setembro do ano que vem. Fortaleza foi a escolhida para sediar o evento em 2011, que é realizado a cada dois anos no Brasil. O Simpósio foi lançado ontem, dia 27 de outubro, às 10h, no Auditório Waldir Arcoverde, na sede da Secretaria da Saúde do Estado, marcando o Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas Com Doença Falciforme. Estiveram presentes representantes de todos as unidades de saúde envolvidas no processo de diagnóstico e tratamento da doença no estado: Dra. Luciana Carlos, diretora geral do Hemoce; Dra. Andrea Alcântara, coordenadora do Programa Estadual de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Falciformes e Outras Hemoglobinopatias e responsável pelo ambulatório em Fortaleza; Dra. Diva Fernandes, coordenadora do Núcleo de Atenção à Sáude da Criança; Dra. Nilza Frota, responsável pelo teste do pezinho no Albert Sabin; Dr. Ricardo Carvalho, diretor do Laboratório Central do Estado; Luís Bernardo, da Coordenadoria da Igualdade Racial, da Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza e Álvaro Bezerra, do Movimento Negro de Fortaleza; além do Secretário da Saúde do Estado, Dr. Arruda Bastos.

A doença falciforme é o tipo de patologia genética com maior incidência na população brasileira e tem diagnóstico e tratamento acessíveis. Em 2010, dois passos importantíssimos foram dados para evoluir esse processo aqui no Ceará. Primeiramente, em maio, a Secretaria da Saúde do Estado instituiu oficialmente o Programa Estadual de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Falciformes e Outras Hemoglobinopatias, coordenado pelo Hemoce e com parceria do Hospital Infantil Albert Sabin para diagnóstico e tratamento de crianças e adolescentes até os 18 anos. A coordenadora do programa, Dra. Andrea Alcântara, contabiliza também, em todo o estado, 226 pacientes adultos fazendo este acompanhamento nos ambulatórios das unidades da hemorrede.

Depois, em julho de 2010, o Ministério da Saúde autorizou e iniciou o repasse de recursos para a rede pública de saúde do Ceará realizar a fase II do teste do pezinho, exame que identifica logo no recém-nascido o traço falciforme e possibilita o início precoce do tratamento da doença na criança. A fase I do teste do pezinho serve a investigação de outras duas doenças: a fenilcetonúria e o hipotireoidismo. O sangue coletado dos bebês para a realização dos dois exames é encaminhado para o Laboratório Central do Estado (Lacen). Segundo o diretor da unidade, Dr. Ricardo Carvalho, já estão sendo analisadas cerca de 10 mil amostras por mês.

A Doença Falciforme – A doença falciforme é uma das doenças genéticas mais comuns no mundo, causada pela mutação no gene que produz a hemoglobina. Essa mutação teve origem no continente africano e pode ser encontrada nas populações de várias partes do mundo. No Brasil, devido ao grande contingente de população com ascendência africana, a doença falciforme faz parte de um grupo de doenças e agravos relevantes que afetam a população negra. Há 100 anos, foi conhecido o primeiro relato científico da doença falciforme e, há cinco anos, o Ministério da Saúde, atendendo a uma antiga reivindicação do movimento de homens e mulheres negras, iniciou um trabalho de implementação das ações da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme.

O Simpósio – A parceria entre os Governos Federal e Estadual, através do Ministério da Saúde, da Secretaria da Saúde do Estado e do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará – Hemoce, para a realização do VI Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme evidencia a dimensão de interesses que a questão da doença falciforme tem alcançado tanto no Brasil quanto na comunidade internacional. São esperadas cerca de 1.000 pessoas para participar do evento no ano que vem em Fortaleza, entre profissionais de serviços de saúde do Brasil e de outros países, pesquisadores, acadêmicos da área representantes do controle social e gestores estaduais e municipais. A partir das discussões realizadas aqui, espera-se dar continuidade ao processo de formulação de políticas públicas – não apenas no Brasil, mas também em nível intercontinental – na atenção a esse tipo de paciente. Na oportunidade, o nosso país pode se consolidar ainda mais como centro de excelência em investigação científica e na atenção a pessoas com doença falciforme.

Sabrina Lima – MTb CE 2169 JP
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