Projeto cria banco de dados sobre Linfoma de Hodgkin

23 de julho de 2010 - 17:42

Está sendo implantado no Brasil o Registro de Linfoma de Hodgkin, um ano e meio depois do surgimento dos primeiros debates sobre o assunto. A informação foi transmitida pelo Dr. Nelson Spector, professor titular de hematologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e pela Dra. Irene Biasoli, professora adjunta da mesma instituição, responsáveis pela coordenação do Registro. A expectativa é de que, em uma primeira etapa, o Registro apresente um retrato da realidade do Linfoma de Hodgkin nas diferentes regiões do País. As características demográficas, clínicas e histopatológicas serão coletadas, assim como os detalhes e resultados do tratamento.
Além de permitir um retrato mais confiável da doença no Brasil, o projeto possibilitará, ainda, confirmar com um número maior de pacientes os resultados de estudos já conduzidos. Há evidências de uma mudança substancial na prevalência dos subtipos histológicos do Linfoma de Hodgkin nas últimas décadas, e na prevalência de EBV associado ao Linfoma de Hodgkin. Dados recentes do Rio de Janeiro sugerem também que pacientes de baixa renda têm um risco maior de mortalidade durante o tratamento primário. O Registro incorpora os critérios de estratificação sócio-econômica, o que permitirá verificar essa evidência e avaliar se o fenômeno é mais relevante nas regiões mais pobres do País.
Estima-se que tenhamos cinco mil novos casos da doença por ano em território nacional. Com o tratamento moderno, mais de 80% dos pacientes são curados, e a doença requer acompanhamento a longo prazo, devido ao potencial de complicações tardias do tratamento, que também serão registradas. A coleta de informações será feita on-line, e imediatamente armazenada em um servidor exclusivo, abrigado no Centro de Processamento de Dados do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ. As instituições fundadoras do Registro foram as Universidades Federais do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e Amazonas, além da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade de São Paulo (USP), da USP Ribeirão Preto, Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), do Hemorio e dos Hospitais do Câncer de Jaú (SP) e Botucatu (SP). 
Desde maio de 2010, os coordenadores têm convidado todos os hospitais que atendam a mais de dez pacientes com Linfoma de Hodgkin por ano para que participem do Registro –regulado por um comitê científico com médicos das instituições fundadoras. Há ainda um Comitê de Histopatologia, que será responsável pela revisão diagnóstica de todos os casos. O projeto recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e da Novartis para a sua implantação. Para participar, deve-se enviar solicitação através de email para registro.lh@gmail.com ou irene.biasoli@gmail.com
Fonte: Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia
Sabrina Lima – MTb CE 2169 JP
Assessora de Comunicação do Hemoce
Secretaria da Saúde do Ceará
(85) 9148.8773
(85) 9659.4573
(85) 3101.2308
sabrina.lima@hemoce.ce.gov.br
www.hemoce.ce.gov.br