Serviço de Hemofilia do Hemoce realiza procedimento pela primeira vez no N/NE

15 de janeiro de 2009 - 14:07

O pequeno Mateus Kauai Souza da Silva de 11 anos, chegou ao Ambulatório do Hemoce acompanhado da mãe, Ivanilda Souza da Silva. Lucas Lima da Silva, de 8 anos, estava com o pai Expedito Barbosa da Silva. Os quatro vindos do interior. Uma viagem conhecida desde que eram bebês. Os dois meninos são hemofílicos. Cada vez que as crianças hemofílicas sofrem pequenas pancadas e ficam com hemorragias no corpo, precisam vir à capital para tomar o fator anticoagulante. Com o passar dos anos, aparecem os sinais deformantes da doença. As articulações inchadas acumulam sangue, já que o próprio organismo não pode conter as hemorragias. Mas dessa vez a estada em Fortaleza teve outra razão.

Mateus e Lucas foram as primeiras crianças hemofílicas do Ceará a fazer um tipo de tratamento que deve parar o sangramento progressivo nas articulações, chamado de hemartrose. O procedimento ambulatorial conhecido como radiossinoviortese foi realizado no dia 15 de dezembro em parceria com o Centro de Medicina Nuclear do Instituto do Câncer do Ceará, o ICC. O medicamento aplicado nos joelhos das crianças é um composto radioterápico conhecido por “ítrio 90”. Ele substitui a cirurgia ortopédica que poderia ser feita para resolver o problema articular. O ítrio 90 destrói o tecido inflamado que causa o sangramento recorrente na articulação. O inchaço não diminui, mas para de crescer. Cada paciente faz só uma aplicação e, depois disso, realiza 1 mês de sessões de fisioterapia recondicionando as articulações.

Fortaleza é a quarta capital do país que começa a realizar este tipo de procedimento, a única do Norte e Nordeste. Além daqui, Brasília, Curitiba e Cuiabá também trabalham com a radiossinoviortese. Por enquanto, o radioterápico usado vêm de uma remessa doada por um fornecedor holandês e pode ser aplicado em joelhos, tornozelos, cotovelos, ombros e quadris dos pacientes diagnosticados com artropatia hemofílica.

No próximo dia 2 de fevereiro, mais 3 crianças que estão na fila de espera pelo procedimento aqui no estado realizarão o procedimento no Instituto do Câncer do Ceará. Atualmente, 15 pacientes estão na fila de espera pelo tratamento. A previsão é que dois deles sejam atendidos por mês.

 
Sabrina Lima
Assessora de Comunicação do Hemoce
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